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O Pai da Matilde

Sou o pai da Matilde e ser o pai da Matilde é tudo o que quero ser.

O Pai da Matilde

Sou o pai da Matilde e ser o pai da Matilde é tudo o que quero ser.

07
Nov16

Lar doce lar


O Pai da Matilde

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A dinâmica em casa girava toda à tua volta: a comida, os banhos, as fraldas, os cremes, a dormida. As conversas eram sobre ti, os olhares eram todos para ti, os pensamentos, tudo!


Embora fossemos pais pela primeira vez e um pouco inexperientes (sobretudo eu) tínhamos a grande vantagem da tua mamã ter um jeito natural para tratar de ti, adquirido desde a adolescência quando foi mais do que uma mãe para o irmão, tendo também ajudado a criar os sobrinhos, já nessa altura me impressionava o à vontade que ela tinha com bebés e isso ajudou-me muito, verdade seja dita, se consegui ser o pai interventivo e presente que fui e sou, devo-o muito a ela, pela sua experiência e jeito.


Desde o primeiro mês de vida que tu sorris e o teu sorriso é a melhor coisa que já vi na vida, enche-me o coração, desde muito cedo que o teu acordar era precedido de um sorriso aberto, franco, puro, lindo! Não há nada como o sorriso da minha Matilde!


As festinhas que me davas com as tuas mãozinhas pequeninas de cada vez que me aproximava da tua cara e a alegria que demonstravas de cada vez que me vias faziam-me (e ainda fazem) sentir especial e ser especial para ti é tudo o que eu quero ser.


Os teus olhos e o teu olhar penetram em cada átomo da minha existência, durante muito tempo não consegui suster as lágrimas de cada vez que olhava para ti, filha, quantas vezes, em vão, tentei suster as lágrimas só de olhar para ti e tu olhares para mim. Os teus olhos ainda sem cor definida para os outros mas com uma definição clara para mim e com um formato maravilhosamente diferente de todos os que já vi anunciam uma das tuas futuras armas: o teu olhar, com ele vais poder enfrentar qualquer batalha que ninguém resistirá à beleza dos teus olhos e do teu olhar.


Escrever estas coisas mexe muito comigo, sinto-me a reviver esses momentos tão mas tão especiais e faz-me pensar que o devia ter feito mais cedo. Mudei muito desde esses tempos, para melhor, assim o espero, sou muito mais emotivo do que alguma vez fui, tenho as emoções muito mais à flor da pele desde que fui teu pai e dei por mim muitas vezes a tentar esconder e conter as lágrimas que me corriam só por observar-te, a maioria das vezes consegui e outras acho que não.


A paternidade modifica-nos e transforma-nos de uma forma que jamais pensei ser possível.

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