Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Pai da Matilde

Sou o pai da Matilde e ser o pai da Matilde é tudo o que quero ser.

O Pai da Matilde

Sou o pai da Matilde e ser o pai da Matilde é tudo o que quero ser.

15
Nov16

Contrariedades que se revelam oportunidades


O Pai da Matilde

respons.jpg

 

Em abril de 2013 soube que em agosto desse ano seria mais uma vítima da crise e que seria mais um a engrossar as fileiras dos desempregados. Tinhas perto de 6 meses e encontrava-me a gozar a licença de paternidade quando recebi o telefonema.


A primeira reação é de choque! E agora?! Depois de 13 anos numa empresa, esta não era propriamente a notícia que gostaria de receber, ainda para mais a 6 meses de distância de teres nascido. Apesar de tudo não entrámos em pânico porque sempre fizemos questão de nos precavermos para uma eventualidade e a tua mãe mantinha-se sólida no seu emprego.


Passámos a ser uma família pouco convencional nesse aspeto: mãe a trabalhar e pai em casa a tempo inteiro a cuidar de ti.
Quando fizeste 10 meses, e a mamã começou a trabalhar, ainda te inscrevemos numa creche, mas após mês e meio de “infectário”, concordámos que ficarias comigo em casa.
Inicialmente houve algum receio que isso pudesse ser prejudicial em termos de socialização com outras crianças, mas o pediatra descansou-nos afirmando que até aos 3 anos não há grandes benefícios em termos sociológicos para as crianças e que seria até prejudicial, noutros aspetos, pela quantidade de vírus e outros seres microscópicos que habitam creches e infantários. Havendo essa possibilidade, seria sempre melhor ficares em casa até aos 3 anos. Tens a sorte de teres muitos primos e a convivência com crianças nunca te faltou.


Estive mais de dois anos contigo em casa a conhecer-te e a usufruir de momentos inesquecíveis de partilha e de amor.
Estabelecemos rotinas de que ainda hoje sinto uma enorme falta: acordar contigo de manhã com mimos, muitos mimos, dar-te o leitinho, brincarmos os dois, as idas diárias ao parque para te ver feliz, até da sesta que muitas vezes demoravas mais de uma hora a adormecer, e eu contigo ao colo a cantar-te canções de embalar, e canções de outros géneros que eu cantava para ti, por falta de repertório em canções infantis... canções que eu gostava e que tu gostavas também.


Foi uma decisão difícil mas foi a decisão acertada, tinha o melhor emprego do mundo e aquele que mais gostava de desempenhar: ser teu pai!
Muitas vezes a vida traz-nos o que pensamos serem contrariedades mas que não são mais do que oportunidades, e a oportunidade que tive de passar esse tempo contigo não a trocaria por dinheiro nenhum nem emprego nenhum no mundo.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

  •  
  • Arquivo

    1. 2017
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2016
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D